Chamem os Amigos Fest – A Hey Pachuco! está de boa saúde (e recomenda-se)

Foi no passado sábado, dia 20 de Novembro, que aconteceu a primeira edição do “Chamem os Amigos Fest”, o novo festival de música com o selo da Hey Pachuco!, associação responsável pelo “Barreiro Rocks” e muitas outras iniciativas culturais da cidade.

O local escolhido para acolher os concertos foi o “Os Franceses”, uma das colectividades mais icónicas do Barreiro. Para esta primeira edição, tivemos a oportunidade de ver quatro bandas, três delas de uma nova geração de interessantes bandas e uma já bem conhecida destas andanças.

Para abrir as hostes, recebemos os Walter Walter pelas 18 horas. Trio composto por André Amado (voz e guitarra), David Yala (baixo e voz) e Afonso Ferreira (bateria) que teve a aqui a sua primeira aparição ao vivo. Para uma estreia, foi bastante boa, com uma interessante mescla de covers para acompanhar os originais que, apesar de poucos, mostram já uma linha musical bastante distinta e melosa. Uma excelente banda-sonora para acompanhar um refresco à beira mar mas também para aquele abanar de ombros mais para o final da noite. Bom trabalho, rapazes.

De seguida, tivemos os Apolo 70, que continuaram as boas surpresas deste festival. Com uma sonoridade mais progressiva e intensa, e também em formato trio, a banda pôs os Franceses de olhos vidrados naquele show de riffs, breaks, solos, e barulho do bom.  A viagem foi boa e só esperamos que se mantenham nos carris, pois o futuro é promissor.

Depois de uma pausa para jantar, os Humana Taranja tomaram o palco rasteiro do salão. Motivados e ainda com a memória quente da passagem pelo Festival Emergente no mês passado, o quinteto formado for Guilherme Firmino (voz e guitarra), David Yala (guitarra), Marta Inverno (baixo), Filipa Tulipa (voz e teclado) e Afonso Ferreira (bateria) assumiram-se como o rosto da nova vaga da Hey, Pachuco! enquanto associação e promotora cultural da cidade. A juventude vive naqueles acordes de “Fado Tropical” numa mistura saudável entre pop, rock, punk e jazz com uma sensibilidade muito indie e etérea. A resposta do público, também ele em grande parte de uma faixa mais jovem e de olhos postos no futuro, faz crer que, apesar de já somar duas décadas, a Hey, Pachuco! está longe da reforma.

 

E nem a propósito, o fecho da noite esteve a cargo dos Thee O.B.’s. Não queredo revelar exactamente, por texto, os membros da banda – diz que faz parte da mística da sua identificação – esta formação que passa por uma versão “lite” dos The Act-Ups é um dos nomes fortes da história da Hey, Pachuco!. Com o rock’n’roll rápido, a cadência de tirar o fôlego e uma energia punk a crescer de tema para tema, os Thee O.B.’s podiam ser um cartão-de-visita do que é o rock do Barreiro. São os temas antigos que se confudem com os novos (nas palavras do próprio vocalista), é a boa disposição que transparece e é a química entre membros e com o público, não haverá dúvidas de que se respirou o Barreiro Rocks por uns largos minutos. «Isto vai acontecer mais vezes», rematou-se no final.


Este foi o primeiro momento do “Chamem os Amigos Fest”. Consta que haverá mais, com local e data a assinalar, mas com a certeza de que a Hey, Pachuco! vive e tem sangue novo e uma vaga jovem a espoletar o rock da cidade.

Texto: Gonçalo Cardoso e Nuno Bernardo

Fotografia: Vera Marmelo

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