Humana Taranja – Zafira

Apesar de se terem estreado em 2018, foi preciso esperarmos cinco anos para ouvirmos Zafira, o primeiro LP dos Humana Taranja. Pelo caminho, editaram um EP (Quase Vivos, 2020) e deram uma série de concertos pelo pais, tendo já pisado o palco de algumas salas míticas, como o Musicbox ou Titanic Sur Mer.

Lançado no dia 13 de Janeiro, Zafira é um álbum que mostra bem a evolução da banda ao longo destes anos. Nota-se uma maturidade e consciência musical maior, face ao que se ouvia no EP, bem como uma produção mais arrojada.

A viagem começa com o tema que dá nome ao álbum, “Zafira”, e logo aí temos uma apresentação plena do que aí vem: uma voz refinada, desconcertante e apaixonante, canta as letras belas e orelhudas, que ao fim de duas ou três repetições já estamos a cantar. Apesar da estética mais pop, o solo de guitarra que surge a meio da canção mostra que o rock não ficou na gaveta, e ainda bem. A combinação funciona e torna a música bastante dançável.

Chega “Fado Tropical”, tema previamente lançado como single e que, mais uma vez, agarra assim que começa, com o seu baixo maroto e groovie. Os coros funcionam novamente e o constante balancear das vozes torna tudo mais enérgico. “Cada Vez” solta as poucas amarram que ainda restavam, com uma bateria bem vincada e uma boa distorção à mistura, ouvindo-se algo de QOTSA com David Bowie (giro, não é?).

Quando chegamos a “Neve”, a banda diz-nos para respirar e assentar um pouco. E está tudo bem com isso, apenas a voz e a guitarra acústica para nos fazer levitar com uma óptima lírica. “Destino” apresenta-nos a melhor letra do álbum e é, talvez, o tema que mais tenha gostado de ouvir. “Estrela Polar” arranca com um início em jeito de valsa e vai crescendo para uma catarse desenfreada onde a guitarra volta a brilhar.

Já em “Nunca”, temos uma variedade instrumental a puxar sonoridades mais exóticas e refrescantes. Terminamos com “Tum Tum”, o tem mais psicadélico do álbum, no qual  navegamos sem rumo, culminando numa libertação saudável e descomprimida.

No final, faz-se aqui uma bela viagem. Diversificada e repleta de emoções. É ouvir e repetir, apanhando e captando os vários detalhes e pormenores que abrilhantam esta Zafira.

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